De volta do Egito

De volta a Suécia já fazem quase duas semanas. O tempo passa rápido, assim como a minha viagem ao Egito e a Israel. Mesmo assim foi muito bom rever meus pais e também a minha avó que estiveram lá comigo, deu pra matar um pouco da saudade.

Tanto no Egito como em Israel estava bastante quente, em comparação com a Suécia... uma sauna ! Principalmente no Egito. Eu lembro que durante todos os passeios a gente meio que ia se arrastando pelos lugares e sempre procurando uma sombra. Era um alívio quando voltávamos pra vam ou pro ônibus que levava a gente aos lugares, pois um ar condicionado naqueles dias era tudo de bom !
Além disso, quase não se chove por lá, o clima é bem seco. Péssimo pra pele e pro cabelo. E eu que tenho cabelo longo passei um "perrengue" pra conseguir me pentear, porque estava sempre duro e embaraçado. ( eu acho que se ficasse por lá muito mais tempo acho que iria começar a usar aquele lençinho no cabelo, mesmo não sendo muçulmana de tão ruim que o cabelo tava ficando, não ia prestar :p)

Ok, sem muito drama agora. A viagem compensa todos os perrengues, e eu não moro lá mesmo, chegando em casa a gente usa um condicionador poderoso e ta resolvido o problema...

A viagem começou no Cairo, Egito. Só pra ilustrar, o Egito faz parte dos 27 países de língua árabe, onde a religião predominante é a muçulmana. Mulheres com lenços na cabeça, bastante vestidas, e as vezes até de "burca"... ou seja não mostra nada, nadinha mesmo do corpo, rosto ou cabelo. Até os olhos eram cobertos por uma tela e nas mãos, luvas. O que eu reparei e achei bastante curioso, é que algumas mulheres mesmo usando a tal da burca, ainda assim mantinham uma certa vaidade. Sobre a roupa toda preta, tinham algumas decorações brilhosas ( lantejoulas talvez) , cordões dourados e sobre a luva, anéis... as bolsas também bem enfeitadas. Tentem imaginar... Eu também fiquei curiosa em saber como essas mulheres tiram foto pra passaporte, ou carteira de motorista ( ou se é que tiram, talvez sejam tão submissas a essa cultura que são excluídas dessas coisas, sei lá), se alguém souber por favor me escreva...

Voltando ao Cairo, capital do Egito. Segundo um dos guias, a cidade tem mais de 16 milhões de habitantes, mais do que São Paulo, que está algo entorno de 10 milhões. ( Só aproveitando, pra quem não sabe a Suécia toda são 9 milhões de hab. menos que SP) Tudo isso pra dizer que realmente Cairo é bastante grande. Muitos edifícios, carros, trânsito... A primeira vista me lembrou o Rio ( parte mais pobre e antiga ), mas pensando melhor tava mais pra São Paulo com Rio Nilo como Rio Tiête. Haha, parece até que eu peguei pesado, mas na verdade depois de circular bastante pela cidade, cheguei a conclusão que pro Cairo chegar a status de São Paulo ainda falta bastante. Tudo no Cairo era bastante sujo e desorganizado, as fachadas dos prédios não tem muito acabamento, quase não há verde, pois não chove e tudo é coberto por poeira.

E o trânsito ?! O que era aquilo meu Deus ?! Muitos cruzamentos nem haviam sinais e os carros buzinavam sem parar forçando a passagem. Eu consigo imaginar em cada carro o motorista dizendo " primeiro eu, primeiro eu ". Pronto, daí fiquei curiosa de novo. Como será pra essa gente tirar carteira de motorista ? Como deve ser a prova ? ( dá até pra duvidar que tenha prova, tudo que se precisa lá é de uma buzina e vamos em frente que atrás vem gente )





foto à baixo, mostra o Rio Nilo do hotel

No primeiro dia já começamos logo com o passeio à pirâmide. Eu imaginava a Pirâmide e a Esfinge no meio do deserto, longe de toda aquela bagunça e caos da cidade. Mas na verdade era logo alí, bem próximo da muvuca. ( gente entendam o meu logo alí no sentido figurado, por acaso estava perto do hotel que a gente ficou da primeira vez, mas verdade nada lá no Cairo era tão perto assim, do Aeroporto até o Hotel leva-se uma vida atravessando toda aquela cidade e isso com o transito bom, ruim eu nem quero saber quanto tempo leva).
O bairro próximo a Pirâmide lembrava um pouco com o bairro de São Cristovão, no Rio, pobrinho, com casinhas de 3 andares, bastante lixo nas ruas, pouco verde. Também se paga ingresso pra entrar pra área onde ficam as pirâmides, e para entrar dentro das pirâmides outro ingresso opcional. Só o meu pai e a vovó entraram . Eu e a minha mãe ficamos do lado de fora, pois o guia falou que dentro da pirâmide era apenas uma câmara vazia, as coisas que eles encontraram lá dentro foram levadas para o museu do Cairo que íamos ver mais tarde.

Que felicidade, eu e minha mãe tirando foto, curtindo o momento e a paisagem. Mas não demorou muito pra bater aquela sede. Tinham vendedores ambulantes por lá também. Perguntei então ao guia quanto custava a água, mesmo porque eu não tinha muita noção de quanto valia a moeda deles ( Libra Egípcia). Ele me disse, umas $5,00 libras. Ok perguntei então a vendedora pelo preço da garrafinha d'agua e ela nem sequer exitou em responder $ 20,00 libras ! ( pensei cá comigo, safada, nessa eu não caio) Eu respondi : 20 nãooooo, 5 !!! E ela aceitou na hora.
O que ??!! Achou normal ?! Gente espertinha tem em qualquer lugar, ainda mais em lugar turístico como esse, já era de se esperar... Mas na verdade eu to contando esse caso porque foi o primeiro de todas as vezes !!! Nunca, mas nunca mesmo, em qualquer lugar ou cidade que eu estive no Egito foi diferente, em todas as vezes que eu perguntava o preço a primeira resposta era um valor absurdo... Pode realmente o valor de algo passar de $ 75 libras a $ 7 libras no momento que eu viro as costas e não achar que tão querendo me "roubar" ?! Toda a viagem foi assim, até que meu pai me disse que para eles lá não é o quanto vale aquilo que ele esta vendendo e sim o quanto você pagaria, o quanto vale aquilo pra você. Daí eu comecei a encarar isso como algo cultural, afinal eles são árabes, são comerciantes... e ao invés de perguntar o preço eu já dizia o quanto valia aquilo pra mim e ponto. ( só tenho pena dos turistas que chegam lá não entenderam isso )

As Pirâmides e a Esfinge ficavam praticamente no mesmo lugar, lá demos uma voltinha no camelo só pra ver como era. Depois me perguntaram no curso de sueco se fiquei com a bunda doída depois de andar de camelo, haha...Não fiquei não, mas também não andei muito, foi só uma voltinha... mas pra mim era como cavalo só que mais alto e bem mais devagar. Quando ele anda o corpo sacode um pouquinho pra frente e pra trás, mas é bem tranquilo... o mais difícil mesmo é a hora de descer e subir no bicho. Ele precisa deitar pra você alcancar a cela, mas quando ele levanta, levanta com as pernas trazeiras primeiro e isso te dá uma sacodida pra frente, por isso é importante estar preparado e ter forca nos bracos pra se segurar bem à cela. Eu acho que deve ser legal mesmo é andar de elefante, se algum dia eu parar na Índia, monto num.
Depois das Pirâmides fomos ao Museu do Papiro. Pra quem não sabe bem o que é, é o papel usado na época dos Faraós, por isso acho que posso dizer que foi o primeiro papel inventado. Ele é feito da planta que se chama Papiro, daí vem o nome. O caule da planta é cortado em tiras e depois prenssadas juntas nas posições horizontal e vertical... claro que tem toda uma técnica pra isso, mas pronto, forma uma folha de papel que segundo o guia pode durar bastante tempo. E é graças a isso que podemos ver papiros de mais de mil anos atrás.
Lá no museu, que eu chamaria mais de loja de papiros, tinham vários já pintados para serem usados como quadros. Mesmo nessa loja, com os preços expostos nos quadros, eu e meu pai vimos que alí também era necessário negociar o preço, pois na tentativa de nos convencer a levar os tais papiros o vendedor as vezes mudava os precos pra bem abaixo de 50% do valor exibido nos quadros.

Com os papiros na mão fomos almoçar, e eu tenho que comentar isso em algum momento... Eu detestei a comida, a pior que eu já comi... além da maneira como eles preparam, eles colocam "cuminho" em tudo, tudo tem aquele gosto, nem mesmo a salada escapa... Bleaaaaaargh ! Pode até ser que alguém ache que eu to exagerando, mas pra mim foi tão ruim assim !!! Já os doces árabes... outra coisa, delícia... tudo com muito mel e pistache...massa folheada...tudo engordante, mas como eu quase não conseguia almoçar ou jantar deu pra curtir os doces sem tanta culpa haha.

Fomos também visitar uma mesquita. Pra mim foi novidade, nunca tinha entrado numa. Nós mulheres tivemos que usar um pano para se cobrir. Como disse a minha mãe : "pra cobrir as belezuras". Essa mesquita ficava dentro da cidadela do Saladinho.

De lá fomos por último ao museu do Cairo. Que segundo o guia, tem tanta coisa que se você parar mais de um minuto para ver cada uma, levaria mais de um ano lá dentro. Por isso uma visita guiada é bom pra pelo menos se ver aquilo que é mais importante.

Mas o museu do Cairo apesar de muitas coisas belíssimas lá dentro, como tesouros dos faraós, múmias e tudo mais, é um museu bem velhinho. Parece mais um armazém onde as peças estão empilhas esperando para serem expostas. ( Palavras do guia, que era de lá ) Sem querer malhar muito, eu divido a mesma opinião. Mas a boa notícia é que segundo ele estão construindo um museu novo... que bom !
Pena que não era permitido tirar foto, mas tinham muitas coisas lindas, vale a pena.

Por hoje tá bom de Egito, tudo isso foi em um dia, mas também já contei muitas das minhas impressões do Egito... vou deixar pra contar mais numa próxima postagem pra não cansar meus leitores...

Por aqui na Suécia, de volta a velha rotina... aulas, academia...frio... Já está escurecendo beeeeeem mais cedo, acho q quase 4 da tarde já tá bem escuro...
Também teve a festa à fantasia ( halloween) que a Lineth, uma amiga da Nicaragua deu na casa dela. Eu fui de Cleópatra e o Anders de Sheik Árabe. Tb conto mais sobre isso depois porque ainda tenho que pegar as fotos com a Lineth.

Beijo a todos, feliz de estar de volta...